segunda-feira, 15 de abril de 2013

:: Pensar ::

"António José Seguro foi reeleito secretário-geral do PS com uma votação superior àquela conseguida há dois anos - quando pela frente teve Francisco Assis -, com mais votos brancos e com uma abstenção de quase 40% dos militantes. Ao início da manhã de ontem, quando faltava contabilizar dezenas de secções, Seguro reconhecia já ter o “apoio genuíno dos socialistas”.

Há coisas que me preocupam. Há coisas que me saltam à vista, e das quais retiro as ilações necessárias. Há coisas que são tão, mas tão evidentes...que me levam a questionar muitas outras coisas. Mas isso sou eu, que gosto de pensar.

Os números grosso modo:

Universo total : 116 mil militantes
Elegível para votar: 43 mil militantes
Votantes: 27 mil militantes

Total de votos válidos 2011 35160 votos
Total de votos válidos 2013 25735 votos
(menos 9425 votos)

E contudo, o PS registou 19552 novas adesões entre Junho de 2011 e Dezembro de 2012. A maioria destas em tempo útil de poderem votar nestas eleições.

Façam as contas.

Eu não vejo motivos para festejar e afirmar que é um “voto de confiança” e um “apoio genuíno dos socialistas”.

Eu diria que este panorama de nível de abstenção é muito revelador do fosso que separa a politica da sociedade em geral, mesmo do cidadão participativo. E é deveras preocupante.

Preocupante também um líder que afirma "Sou um líder tranquilo, sempre fui um líder tranquilo, durmo descansado porque ajo de acordo com as minhas convicções”

Isto não é um jogo de xadrez. Todo o tecido empresarial, económico e produtivo de Portugal está a ser dizimado ao abrigo daquilo que este governo chama de reformas estruturais (leia-se empobrecer para depois ver o que fica). As apostas nos pilares de uma sociedade desenvolvida e progressista - Educação, Saúde, Cultura - estão a ser completamente destruídas por um governo a quem muito apraz uma sociedade ignorante, doente e imbuída de medo, facilmente manipulável a seu gosto. O Estado Social encontra-se moribundo...e não tarda cortarão a fina linha que ainda o liga á vida.

Eu não durmo tranquila. Milhares de Portugueses não dormem tranquilos. Não podemos.

Mas entendo perfeitamente que Antonio José Seguro seja tranquilo, esteja tranquilo e durma tranquilamente. Afinal de contas, é exactamente o que o actual PM, Pedro Passos Coelho também sente, diz e faz: «Eu durmo muito bem, como de resto é sabido. Durmo pouco, mas durmo bem.»

Para reflexão. Se quiserem. Ou se der jeito. Ou se ainda se lembrarem como se exerce esta estranha actividade chamada pensar."

Cristina P.

1 comentário:

  1. Eu também não durmo bem! Espero que essa linha que ainda liga este governo seja cortada rapidamente, para ver se durmo pouco mas bem!

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